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Indústria e Construção impulsionam 59 empregos em São Caetano

Os setores da indústria e da construção registraram um saldo positivo de 59 vagas com carteira assinada, mesmo com recuo em março, influenciado pelo comércio e serviços.

Em março de 2025, o mercado formal de trabalho em São Caetano do Sul apresentou um recuo de 68 vagas, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego e analisados pelo Professor Bruno Castro, da rede do Centro Paula Souza.

Segundo o Professor, a organização e análise desses dados visam embasar políticas públicas e auxiliar profissionais de recursos humanos na elaboração de estratégias de recrutamento.

As informações também servem de suporte para negociações coletivas conduzidas por entidades sindicais.

Apesar do recuo no saldo geral, impulsionado pelo setor do comércio e de serviços, a indústria registrou um saldo positivo de 39 postos de trabalho, com destaque para os segmentos de móveis e metalurgia (siderurgia e fundição), seguida pelo setor da construção que registrou saldo positivo de 20 postos de trabalho.

Em comparação com março de 2024, houve um recuo de 111,74% nas vagas, representando uma perda de 647 postos de trabalho. Em relação a fevereiro deste ano, a queda foi de 940 postos de trabalho, um recuo de 107,80%.

“Os dados de março mostram que os efeitos do aperto monetário começam a chegar ao mercado de trabalho. Quando o Banco Central eleva os juros para controlar a inflação, o objetivo é frear o consumo e os investimentos, reduzindo a pressão sobre os preços. Mas esse remédio tem um custo: com crédito mais caro, as famílias gastam menos e o setor do comércio e serviços são os primeiros a sentir. A alta da Selic para 14,25% também encarece o custo de capital das empresas, especialmente as pequenas e médias, que dependem de financiamento. Se a inflação não ceder, o Banco Central manterá a política restritiva, e os próximos meses podem trazer nova alta de juros, impactando negativamente o mercado de trabalho local e nacional. Ou seja, menos consumo, menos investimentos é igual a menos emprego”, comenta o professor Bruno Castro.

Entre os trabalhadores, as mulheres tiveram saldo positivo de 24 vagas, enquanto os homens registraram um déficit de 92. Na distribuição por faixa etária, os trabalhadores entre 18 e 24 anos concentraram 100 das vagas líquidas, seguidos por jovens de até 17 anos.

“Os dados refletem um momento importante de inserção dos jovens no mercado de trabalho. Uma maior flexibilidade, adaptabilidade e mão de obra barata podem ser fatores valorizados por empregadores. Por outro lado, as faixas acima de 25 anos apresentam saldos negativos, especialmente entre 30 a 39 anos que registraram uma queda de 124 postos de trabalho, o que pode refletir realocação para postos informais ou dificuldades de reinserção no mercado formal. É um cenário que exige atenção, pois combina geração de oportunidades para iniciantes com desafios para profissionais experientes”, comenta o professor.

Quanto à escolaridade, o ensino médio completo foi o mais demandado, com 145 vagas, seguido pelo ensino fundamental incompleto, com 66.

Ao todo, o município registrou 5.450 admissões e 5.518 desligamentos, totalizando um estoque de 118.268 trabalhadores com carteira assinada.



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